1946 - Sincretismo cultural.
Pierre Verger instala-se na Bahia, dando continuidade a sua habilidade como fotógrafo, tornando-se etnólogo e babalaô, chamando-se "Fatumbi".
Interessou-se pelos aspectos culturais da diáspora negra no Novo Mundo. Inicia uma incansável pesquisa sobre o culto dos orixás e sobre as influências econômicas e culturais do tráfico de escravos. Aprofunda suas investigações sobre a etnia ioruba, sua influência na cultura baiana e as ligações que estabelecem entre si. Disso resultou seu livro Flux et reflux de la traite des esclaves entre le Golfe du Bénin et Bahia de Todos os Santos, du dix-septieme au dix-neuvieme siècle.
Um balalaô me contou:
"Antigamente, os orixás eram homens.
Homens que se tomaram orixás por causa de seus poderes.
Homens que se tomaram orixás por causa de sua sabedoria.
Eles eram respeitados por causa da sua força
Eles eram venerados por causa de suas virtudes.
Nós adoramos sua memória e os altos feitos que realizaram.
Foi assim que estes homens se tomaram orixás.
Os homens eram numerosos sobre a terra.
Antigamente, como hoje,
muitos deles não eram valentes nem sábios.
A memória destes não se perpetuou.
Eles foram completamente esquecidos.
Não se tomaram orixás.
Em cada vila um culto se estabeleceu
sobre a lembrança de um ancestral de prestígio
e lendas foram transmitidas de geração em geração
para render-lhes homenagem."
(Poema Como disseram Carybé e Fatumbi)
Fonte : História por Voltaire Schilling
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