Agua viva Agua vulva

Que ton corps soit braise
que ton corps soit braise
et le mien la maison
que se consume au feu

un incendie suffit
pour consommer ce jeu
un bûcher arrive
pour que je joue de nouveau

Gouttes
gouttes
tombent en coups
la terre hume
en grandes gorgées

pluie
que la peau n’essuie pas
larme
à chemin d’un ride

eau vive
eau vulve


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Que teu corpo seja brasa
teu corpo seja brasa
e o meu a casa
que se consome no fogo

um incêndio basta
pra consumar esse jogo
uma fogueira chega
pra eu brincar de novo

Gotas
gotas
caem em golpes
a terra sorve
em grandes goles

chuva
que a pele não enxuga
lágrima
a caminho de uma ruga

água viva
água vulva

(Da antologia bilingüe “Poésie du Brésil”, seleção de Lourdes Sarmento, edição Vericuetos, como nº 13 da revista literária francesa “Chemins Scabreux”, Paris, setembro de 1997. Traduções de Lucilo Varejão, Maria Nilda Miranda Pessoa e outros.)

2 commentaires:

Anonyme a dit…

Esta aqui é maravilhosa e, melhor, de uma poetisa que está aí. Caminhando, recitando e publicando entre nós

Anonyme a dit…

é verdade ela é realmente maravilhosa!