Voz no Exílio


Saudade de paisagem
com palmeira vasculhando o céu.
Vento rasgando bananeira
papagaios de papel
no anil entornado da tarde.

Meu país,
o lirismo não me deixa cega,
oh terra que me faz feliz/ infeliz
tão farta que estou
de tantos falsos aristocratas
e mendigos tão reais.

Meu país,
a saudade não me deixa mentir,
oh terra onde vivo dividida
entre paixões e compaixões.
Oh terrível gangorra
de orgulho e vergonha!

Voix dans l'Exil

Nostalgie de paysage
avec palmier balayant le ciel.
Vent qui déchire bananier
perrroquets de papier
dans l'indigo débordant du soir.

Mon pays,
le lyrisme ne me laisse aveugle
oh terre qui me rend heureuse / malheureuse
si gorgée que je suis
de tant de faux aristocrates
et de mendiants si réels.

Mon pays,
la nostalgie ne me laisse mentir,
oh terre où je vais partagée
entre passions et compassions.
Oh terrible balançoire
d’orgueil et de vergogne!
("Voix dans l'Exil" consta da antologia bilingüe Port./Francês "Povos e Poemas/ Peuples et Poèmes", publicada pela Universitária Editora, de Lisboa (Port.), em 2003, organizada e traduzida por Jean-Paul Mestas com uma equipe de tradutores, pois a obra reúne poetas de cerca de cem países.)

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